sábado, 18 de julho de 2009

Felicidade...


Procuro a felicidade, quem me acompanha é a esperança. Na bagagem um sorriso trazido como lembrança.
Procuro a felicidade, alguém sabe onde fica? Não sei bem descrever a forma, mas é a coisa mais bonita.
Dizem que a felicidade é grudada na alegria. Sendo assim ficou mais fácil, essa não sai da minha companhia.
Soube que a felicidade é inimiga da tristeza. Mas que uma sem a outra não existe, será que isto é uma certeza?
Buscando a felicidade, cruzei com a decepção. Tudo certo fui em frente, motivado pela paixão.
Segui a felicidade, sei até seu endereço mas não visito ela não! Ela fica escoltada por uma tal de obsessão.
Encontrei a felicidade, mandei lembranças a lucidez. A loucura é companheira e saudade não tem vez.
Quando vi a felicidade, me deparei com uma surpresa. Era pequena e não gigante, mas sei que valia a pena.
Adorei a felicidade, como base um desejo. Se acaso veres a futilidade, digas que mandei um beijo.
Convivi com a felicidade, mas ela não quis compromisso. Diz que é muito procurada e não sabe sair disso.
Estranhei a felicidade, ela é muito confusa. Vive sempre apressada, no calor ela usa blusa.
Perguntei a felicidade por que ela agia assim. Um sorriso e um aceno, foi o que respondeu pra mim.
Despedi-me da felicidade, diz que posso visitá-la. Que adora a minha presença, desde que com hora marcada.
Desisti da felicidade, não por não querê-la mais. O errado não é certo, onde há ódio não a paz.
Lembro da felicidade, ainda guardo cada momento. Mesmo longe está tão perto, não me sai do pensamento.
Que incrível a felicidade, como ela é poderosa. Não a tenho nos meus braços, mas me traz coisas gostosas.

domingo, 12 de julho de 2009

Desejo


Abrem-se as cortinas, começa o show.
Ando sem direção tentando encontrar o que nunca vi, mas que tenho em mente a sua beleza. Demora um pouco e lá está ela. Olhar distante, balançando vagarosamente o corpo pra um lado e pro outro, envolvida talvez pela música tocada. Me aproximo, sorrio e neste instante pareço acordá-la como se desperta alguém com um estalar de dedos num momento de hipnose. O arquear das sombrancelhas e o projetar do tronco pra frente acompanhado de uma inspiração profunda revela sua surpresa. Falo baixo ao pé do ouvido não pela intimidade e sim pela necessidade diante do alto volume do ambiente. Convido-a pra dançar. Mãos unidas, corpos próximos. Ela já não balança sozinha. Sinto o perfume e me delicio e isso me ajuda a acompanhar tudo a minha volta: a música, seu corpo, meus intintos. Colo o rosto no rosto, o coração acelera, já não há mais o que se falar mesmo porque as palavras não conseguem transmitir o que passa no momento, saem sem sentidos, sem graça. Aliás, na verdade transmitem perfeitamente o momento: um impulso, uma vontade inexplicável. Com a força incontrolável de um vômito (e com toda a poesia que a palavra não permite) a vontade vence. Aproximo meus lábios dos seus, ainda desajeitados diante de tanto desejo. Aperto com força seu corpo no meu, as mãos me parecem desobedientes e como se tivessem vontades próprias saem querendo explorá-la totalmente. A música já não toca, ou parece não mudar, na verdade não importa. O corpo vai se acostumando e lentamente vou tomando conta dos meus movimentos. Seu corpo treme. As pernas não apresentam firmeza e sinto toda sua leveza através de meus braços, envoltos na sua cintura. A noção vem chegando aos poucos e nos alerta onde estamos. A vontade é de ir fisicamente pra onde estávamos mentalmente, espiritualmente, instintivamente. Qualquer idéia agora parece excelente idéia, mas que também são loucas idéias. Completamente envolvidos pelo momento embarcamos em uma delas. O destino? Não sabemos. Os riscos? Não nos importamos. O prazer? Ah... este é demais.
Fecham-se as cortinas.

Conheço-te...

Conheço seus medos, conheço suas vontades.
Conheço seus pensamentos, conheço seus atos.
Conheço suas virtudes, conheço seus defeitos.
Conheço seus domínios, conheço suas fraquezas.
Conheço sua liberdade, conheço sua prisão.
Conheço seus planos, conheço suas irresponsabilidades.
Conheço suas alegrias, conheço suas tristezas.
Conheço sua pele, conheço seu cheiro, conheço seu gosto, conheço teu sangue!
Não me conheço...